sexta-feira, 18 de abril de 2014

BRASIL, O REINO DE OPHIR - Parte 2/2 - SALOMÃO NO BRASIL

O Rei Salomão no BRASIL, na TERRA DE OPHIR-Final. 

Cândido Costa Prossegue sua explanação lembrando que Hiram enviou ao Rei Salomão marinheiros fenícios experimentadosComo se verá mais tarde, a frota de Ophir nunca voltaria ao Mar Vermelho. Passando pelo Cabo africano, ela se reunira no oceano Atlântico com a frota de Hiram, que saíra do Mediterrâneo.

Entre os trabalhos que tentam retirar o véu sobre a verdadeira identidade das ricas localidades bíblicas de OphirParvaim e Tarschisch destacamos este do senhor Cândido Costa, publicado em 1900…


… Ele baseou-se no estudo filológico das antigas línguas européias e asiáticas, bem como a língua quichua ou dos Antis, do Peru , a qual ainda se falava, pelo menos em 1900, na Bacia superior do Rio Amazonas.

“Nos Paralípomenos, liv. 2, cap. 3, v.6, conta-se que Salomão adornou sua casa com belas pedras preciosas, e que o ouro era de Parvaim (…) Parvaim é pronuncia alterada de Paruim.

A terminação im nos dá o plural em hebraico (como em El=deus, Elohim=deuses); vem acrescentado a Paru porque efetivamente existem, na bacia superior do rio Amazonas, no território Oriental do Peru, dois rios auríferos, um com o nome de Paru, outro com o de Apu-Paru, o rico Paru, e que unem suas águas para se confundirem no Ucayali. Os dois rios Paru e Apu-Paru fazem, no plural Paru-im.

Outro nome hebraico é o de um antigo império de nome Inin (crente ou de fé), também no Peru. O rio Amazonas, desde a embocadura do Ucayali até a foz do Rio Negro, em Manaus, se chama Solimões: não é nem mais nem menos que o próprio nome do Rei Salomão (em hebraico Solima e em árabe Suleiman), dado ao rio Amazonas pela frota do grande rei. Os cronistas da conquista do rio das Amazonas contam que a oeste da província do Pará existia uma grande tribo com o nome de Soliman, que era o nome do rio; pois na América as correntes d’água tiram seus nomes das tribos que as habitam.


Localização de Tiro na Fenícia, bem à direita no mar Mediterrâneo (hoje Líbano) no mundo antigo.

Daí também os portugueses fizeram uso do nome Solimões por hábito de lingüística. Essa colônia fenícia-hebraica teve uma duração temporária assaz longa, pois as viagens trienais dos navios de Salomão e de Hiram se renovaram várias vezes. Provavelmente não foi abandonada à própria sorte senão no reinado de Josaphat, rei de Judá , no tempo em que os cartagineses não permitiam a nação alguma sair do mediterrâneo. Eis porque Josaphat quis mandar sair do Mar Vermelho para essas mesmas regiões uma frota equipada, conjuntamente com Ochozias, rei de Israel. Porém um temporal hediondo a destruiu completamente (p.116).

Passamos a Ophir, lugar tão celebrado por suas riquezas.  

Devemos lembrar aqui que filólogos acreditaram poder fazer que prevalecesse o nome de Abiria por ter sido a Ophir da Bíblia. Todavia, levaremos em consideração os seguintes fatos: Primeiro, o nome da Abiria é a tradução latina do vocábulo grego sabeiria, tomado da geografia de Ptolomeu, livro 7, cap. 1. A licença do tradutor é tão grande quanto censurável.  Em segundo lugar, Sabeiria achava-se localizada na parte ocidental da Índia, que chamavam Indo-Scitia. Porém é reconhecido que a Índia, mormente na parte Ocidental, nunca produziu ouro para o comércio; pelo contrário, os egípcios e os árabes ali o traziam, para o trocar por tecidos de lã e de algodão.

Assim a hipótese de que sabeiria fosse o Ophir da Bíblia cai por terra. Estevão Quatremere também não admite que Ophir tenha sido colocado no Golfo Arábico, na Arábia feliz, nem em parte alguma da Índia, Ceilão, Sumatra, Borneo ou ponto algum do extremo oriente, pela razão muito simples de que os navios de salomão e de Hiram gastavam 3 anos e meio em cada viagem dessas.
Porém Quatremere cai no próprio erro daqueles que combate, pois que coloca Ophir em Soplah, na costa oriental da África. Para fortalecer sua hipótese, Quatremere não hesita na escolha dos meios: assim é que, por não achar pavões na África, quer que os pássaros chamados Tulens na Bíblia sejam periquitos ou picotas”. (Cândido Costa, op. Cit. p. 117).
No cap I do livro I dos Reis , v.11, acha-se escrito Ophir em língua hebraica de dois modos Apir e Aypir, e no cap. 9, v. 28 lê-se Aypira na Bíblia. Em resumo, nada se opõe que o Aypira da Bíblia tenha vindo do nome do rio Yapur: onde o Y significa água, ou seja, “água ou rio de Apir ou Ophir”. Eis porque a região de Ophir é essa que atravessa o rio Yapurá, HOJE CONHECIDO COMO O RIO JAPURA, houve a troca do Y pelo J, que em hebraico são a mesma letra.

“O desaparecimento das frotas de Salomão e Hiram por 3 anos, a cada viajem que faziam, se acha agora explicada, pois elas estacionavam no rio que tinha o nome do Grande Rei. Se estas compridas estações, várias vezes repetidas, houvesem sido feitas em qualquer ponto do antigo continente, a tradição ou a história não teriam deixado de no-la transmitir.  

O rio Japurá/Yapurá, em DESTAQUE EM amarelo, no mapa acima, um afluente do rio SOLIMÕES, o lendário rio bíblico de onde os fenícios e os hebreus obtiveram os metais preciosos, aves raras e madeiras nobres para a construção do Templo de Salomão em Jerusalém.
As várias viagens trienais com exceção de uma só, não se referem a Ophir, pois todas se fizeram para 
Tarschisch. David recebia pelos fenícios o ouro de Ophir, e a frota construída no tempo de Salomão para o mesmo destino saiu do Mar Vermelho, onde nunca mais entrou.  Fez sua junção no oceano Atlântico com a de Hiram, a qual saiu do Mediterrâneo; e ambas tomaram depois, da única viagem em que foram juntamente a Ophir, o nome da frota de Tarschisch (Alta Amazônia, hoje na divisa com o PERU, onde o rio Amazonas é conhecido como RIO SOLIMÕES !!)), segundo o texto hebraico, e o da frota da África, segundo o texto caldáico”.(Cândido Costa p.120 a 124)

(Livro I Reis 9,10,11,22, e Paralipomenos liv2, cap.9 v.21 v. 10,11)  

  • Segundo a Bíblia, “Salomão conhecia todas as sabedorias do Egito (que eram derivadas de Atlântida). Em 960 a.C., Salomão começa a construção do templo de Jerusalém; 
  • Patrocinados por Salomão, os fenícios se tornaram os primeiros dominantes do mar, abrindo agências comerciais por toda parte: Creta, Malta, Sicília, Cartago, Cádiz, Marselha, Inglaterra e Países Nórdicos; 
  • Salomão tornou-se o homem mais rico do mundo durante o seu reinado. Tinha 700 mulheres e 300 concubinas; 
  • Em 930 a.C. ocorreu a cisão do reino hebreu entre Judá e Israel. Foi um período de constantes lutas internas entre Judá e as tribos do Norte;
  • A situação chegou a tal ponto que Jeroboam, Ben-Nebat, seu filho, tentou um Golpe de Estado. 
  • Em 928 a.C. morre o Rei Salomão e assume Rehoboam, seu filho, que, por falta de tato político, fracassa o acordo com as tribos de Israel. Jeroboan refugia-se no Egito (Delta do Nilo), onde o Faraó Seshonki o recebe na corte dando como esposa uma de suas filhas. 
  • O ambiente torna-se propício para o retorno de Jeroboam, apoiado pelo Faraó que retorna e é aclamado Rei de Israel. A Rehoboam fica as tribos de Judá e Benjamim, com as quais Rehoboam funda o Reino de Judá, tomando por capital, Jerusalém. E desde então as terras de Ophir e suas riquezas entram no esquecimento do povo de Israel.

AS INSCRIÇÕES FENÍCIAS NA PARAíBA:  
Uma moeda fenícia 
encontrada no litoral brasileiro.
Em 1872, na Paraíba, descobriu-se uma pedra que trazia uma inscrição de oito linhas, cujos caracteres com muita evidência não pertenciam às culturas conhecidas da América do Sul. Em 1874, a inscrição mereceu a atenção do professor Ladislau Neto, do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Nem o professor Neto nem qualquer outro sábio brasileiro parece ter-lhe concedido uma atenção muito séria. Todavia ela veio a ser conhecida na Europa onde a analisaram infatigáveis eruditos alemães. Foi inicialmente julgada de origem fenícia. Mais tarde, a filologia  alemã afastou-a como não-fenícia.
Aparentemente a pedra se perdeumas a inscrição permaneceu em cópia. Agora a controvérsia reacendeu-se. Apareceu um novo protagonista sustentando a origem fenícia da inscrição. Ë o Dr. Cyrus H. Gordon da Universidade Brandeis (de Waltham, Massachusetts). Dois fatores surgiram para reascender a controvérsia:

Um provém de que novas descobertas na escrita fenícia demonstram, segundo o Dr. Gordon, que o uso das palavras na inscrição da pedra da Paraíba está correto, contrariamente aos juízos anteriores  bem menos informados.

O outro fato foi a descoberta, pelo Dr. Jules Piccus , da Universidade de Massachusetts, em Amberst, de uma caderneta de notas que pertencera a Willbeforce Eames, um dos administradores (ou conservadores-chefe) da New York Public Library, do século XIX.  Nesta caderneta encontrava-se uma carta de 31 de janeiro de 1874, destinada a Mr. Eames pelo professor Neto.

O Dr. Piccus mostrou esta carta ao Dr. Gordon. Este concluiu daí que a transcrição dos caracteres na carta era mais plausível que a versão “definitiva” precedente, publicada em 1899.  A seguir um barco fenício Trirreme Carpássio, para viagens oceânicas de longo curso, um modelo dos tantos barcos fenícios existentes no século X a.C.

Acima um grande navio de longo curso, 
um Trirreme fenício tipoCarpássio
para viagens oceânicas de longo curso, 
um modelo dos tantos barcos fenícios existentes 
já no século X a.C., época próxima à que 
reinou Salomão em Israel.
Enquanto que o professor Frank  M. Cross de Harvard continua a estigmatizar a inscrição como uma “falsificação” do século XIX”, o Dr. Gordon sustenta que o uso de uma terminologia desconhecida dos arqueólogos, no momento de sua descoberta, comenta que esta não é uma prova  forjada.

A controvérsia prosseguiu, portanto, até o momento, sem prestar atenção visível a outras inscrições tidas por fenícias encontradas no Brasil.  Igualmente em 1872, um engenheiro chamado Francisco Pinto dizia ter descoberto inscrições em mais de 20 cavernas na selva brasileira;  ao todo cerca de 250 inscrições. À convite do governo brasileiro, o filólogo alemão, Ludwig Schoenhagen veio ao Brasil, estudou as inscrições durante 15 anos e declarou-as fenícias. Nos anos de 1880, o francês Ernest Renan afirma também ter descoberto outras inscrições fenícias.

No início deste século, um industrial afastado de seus negócios, Bernardo da Silva Ramos, pretendeu ter descoberto mais de 2.800 inscrições em pedras ao longo do curso do Amazonas. Um rabino de Manaus declarou que, em sua opinião, estas inscrições eram fenícias. As obras ou artigos de Bernardo Ramos a respeito deste assunto parecem, em verdade, ter sido ignoradas.
Considera-se, geralmente, que os fenícios também atingiram o Arquipélago dos Açores. Em Corvo, a mais ocidental destas ilhas , afirma-se que se teriam descoberto moedas cartaginesas ( em 1749); rumores persistentes, embora obscuros da existência de ruínas fenícias; descoberta feita, quando os portugueses aí chegaram, de “uma estátua eqüestre apontando para o Ocidente” a qual, sendo verdadeira, foi destruída após muito tempo.
Consideremos que conviria prestar atenção nestas possíveis confirmações da presença fenícia no Novo Mundo. Extratos de “Autenticidade do texto fenício da Paraíba” , pelo Dr. Cyrus H. Gordon da Universidade Brandeis , nos Orientalis de Roma , vol. 37 ( 1968 ) pág. 75. As singularidades lingüísticas que lançaram dúvidas sobre o texto vêm, pelo contrário, apoiar sua autenticidade. Nenhum falsário conheceria suficientemente as línguas semíticas para compor tal documento, não cometendo erros senão aparentes. Agora que um século se passou, é evidente que texto é autêntico, porque   inscrições fenícias, ugaríticas e em outras línguas semíticas do noroeste, põe-nos frente aos mesmos “erros”.
Å demonstração  da  autenticidade  da  inscrição da Paraíba não significa que todos os problemas estejam resolvidos e que todas as palavras e  todas as construções de frases estejam definitiva e perfeitamente interpretadas.  Todavia, o texto não é mais difícil nem mais anormal que o resto do texto fenício conhecidos. A importância desta inscrição provém de sua significação histórica. Uma ilustre estudiosa de assuntos colombianos declarou no começo deste século:
Tradução da inscrição fenícia (acima) de Pouso Alto, na Paraíba, que diz: Somos filhos de Canaã, de saída, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19 de Hiram, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion Geber, no Mar Vermelho, e viajamos com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por 2 anos, em volta da terra pertencente a Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos companheiros e, assim, aportamos aqui: 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o almirante, controlo. Mas auspiciosamente possam os exaltados deuses e deusas intercederem em nosso favor
“[ . . . ] o papel dos fenícios como intermediários  da civilização antiga foi maior do que se supôs, e [ . . . ] as Américas devem ter sido colonizadas intermitentemente por intermédio destes navegadores mediterrânicos ‘ ‘ (Zealia Nuttall, “Os princípios fundamentais das civilizações do Antigo e Novo Mundos”, Peabody Museum, Cambridge, Massachusetts,  1901).  Em sua obra de mais de 600 páginas ela nem sequer menciona o texto da Paraíba, que fora condenado como falso.

Mas a crescente massa  de provas que confirma esta tese, isolada no ostracismo, não deixa nenhuma dúvida quanto à justeza de sua conclusão, como acabamos de expor.  Sua aceitação pelos americanistas e historiadores deverá preceder-se pelo reconhecimento da autencidade da inscrição da Paraíba pelos semitistas. E tudo o mais se ajustará. (O Dr. Gordon talvez seja  otimista demais quanto a coisas que se ajustam por si mesma, especialmente se americanistas e historiadores imaginarem-se humilhados por um simples lingüista… infelizmente os ciúmes entre disciplinas diferentes não é desconhecido. Em todo caso, aguardemos que se ajustem as partes.)
O boletim New  World Antiquity ( Marham House Press Ltd, Brighton , Inglaterra )  assinala em seu número de setembro / outubro de 1971, a obra ” The Parayba Phoenican Inscription, publicado por seu autor, Mr. Joseph Ayoob  (Aliquippa, Pa LTSA, 1971) , que é a tradução em inglês de seu livro intitulado Sakhrat Parayba ,  publicado em Beirute em 1961. Encontra-se aí esta nova tradução da inscrição:
Tradução: ”Demos sepultura (ao) filho de Canaã vindo SRNM ( Surinam), cidade em ruínas e um entreposto abandonado.  Não eu, YZD (Yazid), o gravador do meio-dia e os homens que procuram a melhor de todas as coisas.  E assim aos décimo nono anos de HRMl (Hiram), nosso rei morreu. (Tínhamos ) deixado alegremente  ASU  (Azion-Geber num porto no Mar Vermelho e levantamos  vela com dez navios.

Aí todos desapareceram para mim. De súbito, desapareceram: Hor e Chittim (nomes de navios) foram lançados sobre esta terra maldita: calor:  Mir, Baal e Lan (navios) que vogavam em comboio, talvez tenham escapado às intempéries. Morreram vindas KSHN, 6 pessoas de um MBAYH (6 kuchitas de MBEYE), R (Rab, o capitão) e mais 10 pessoas pereceram. As perdas por mim e (mas) porque pelo (meu) camarada HNNA (Hanno).

Acrescentamos que no número de abril de 1971, o New World Antiquity já havia publicado três outras traduções diferentes da inscrição da Paraíba  vêem-se as numerosas  armadilhas que espreitam mesmo os tradutores mais experimentados e, também, porque é difícil ter uma completa certeza.


Parte 1 

18/04/2014

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