sábado, 23 de julho de 2011

DOMÍNIO DA MENTE

Autor: Alcione J. Krishnamurti – da obra “Aos Pés do Mestre”

A qualidade da ausência do desejo mostra que o corpo astral precisa ser dominado; o mesmo acontece em relação ao corpo mental. Isto significa domínio do temperamento, de modo a não poderes sentir cólera ou impaciência; domínio da própria mente, a fim de que o pensamento seja sempre calmo e sereno e, através da mente, o domínio dos nervos, a fim de que sejam o menos irritáveis possível. Este último objetivo é difícil de atingir, porque, quando tentas preparar-te para a Senda, não podes deixar de tornar o teu corpo mais sensitivo; de sorte que os seus nervos podem ser facilmente abalados por um som ou um choque, e sentir de modo agudo qualquer pressão.

Faz, porém, o melhor que te for possível.

A mente calma implica, também, coragem , a fim de afrontares sem medo as provas e dificuldades da Senda; implica, outrossim, firmeza, para suportares as pequenas perturbações inerentes à vida diária e evitar os aborrecimentos incessantes, oriundos de pequenas coisas em que muita gente consome a maior parte do seu tempo.

O Mestre ensina que não tem a menor importância o que ao homem acontece exteriormente; tristezas, perturbações, doenças, perdas – tudo isso deve ser nada para ele e não deve permitir que lhe afetem a calma mental. São o resultado das ações passadas e, quando chegam, devem ser suportadas alegremente, com a lembrança de que todo mal é transitório e que é teu dever permanecer sempre contente e sereno. Pertencem às tuas vidas anteriores e não a esta; não podes alterá-las, portanto é inútil que com elas te preocupes. Pensa antes no que estás, agora, fazendo e que determinará os acontecimentos de tua próxima vida, pois essa podes modificar.

Não cedas nunca à tristeza e ao desalento. O desalento é mau, porque contamina os outros e torna as suas vidas mais difíceis, o que não tens o direito de fazer. Portanto, sempre que venha a ti, deves repeli-lo imediatamente.

Deves ainda dominar o teu pensamento de outro modo; não o deixes vaguear.

Fixa o teu pensamento naquilo que estiveres fazendo, a fim de que seja feito com perfeição; não deixes a tua mente ociosa, porém mantém sempre bons pensamentos em reserva, prontos a avançar quando ela estiver livre. Emprega, diariamente, o poder do teu pensamento em bons propósitos; sê uma força orientada para a evolução. Pensa cada dia em alguém que saibas estar imerso na tristeza e no sofrimento, ou necessitando de auxílio e derrama sobre ele teus pensamentos de amor.

Preserva a tua mente do orgulho, porque o orgulho provém somente da ignorância.

O homem que não sabe, pensa ser grande por ter feito alguma grande coisa; mas o homem sábio compreende que só Deus é grande e que toda boa obra é feita só por Ele.

MUDANÇA DE PLANOS

A vida é escola para aprender e subir.

Autor: Pietro Ubaldi, da obra "A Lei de Deus"

Procuremos agora ver mais de perto a estrutura do mecanismo da Lei, que, como observamos, dirige a nossa vida.

Temos verificado que o homem é impulsionado para as duras experiências da vida pelo seu instintivo e irrefreável desejo de felicidade, mas que esta, na Terra, não pode ser atingida. E temos visto que tudo isso se resolve numa corrida em busca de um inacessível ponto final, que se afasta de nós à medida que nos aproximamos dele. Embora não seja satisfeito nosso desejo, realiza-se a vontade da Lei, que assim atinge o seu escopo, que é o de nos fazer evoluir, o que significa aproximarmo-nos sempre mais da almejada felicidade. Acontece desse modo que a corrida, dolorosa e cheia de desilusões, conduz sempre a felicidade, apesar do caminho ser mais fatigante e amargurado do que o homem desejaria. Assim, o que parecia ser crueldade da Lei, revela-se como sua bondade e profunda sabedoria.

A conclusão é a seguinte: esse jogo complexo representa somente uma escola destinada a ensinar a disciplina da Lei, a desejar com inteligência o que e possível atingir para o nosso bem, dirigindo-nos sabiamente pelos seus caminhos. O mais importante disso tudo é que vamos subindo de um plano de existência para outro mais elevado, aonde vão desaparecendo a prepotência, a injustiça, a maldade, as lutas e os sofrimentos que atormentam o ser nos planos inferiores. Pelos frutos se conhece a árvore. E frutos melhores não se poderiam desejar. Isto nos prova a sabedoria e a bondade de Deus, e é um convite para nos entregarmos confiantes aos seus braços.

É possível compreender agora o significado e a boa finalidade da luta pela vida, que é a lei do nosso plano. Esta lei, nesse seu aspecto tão duro, não é princípio biológico universal, mas só qualidade dolorosa particular aos planos inferiores de existência, próximos aos da animalidade, existindo apenas como meio a ser superado e destinado a ser relegado aos planos inferiores pelos seres em evolução. Os diferentes planos de existência são regidos por princípios diferentes, de modo a desaparecerem lutas e necessidades, à medida que vamos subindo a escada evolutiva.

Chegamos ao ponto que mais nos toca de perto. Continuando ao longo desse caminho, acabaremos por atingir um plano onde lutas e necessidades já não existirão mais. Isto quer dizer que as necessidades da vida, pelas quais tanto se combate, serão satisfeitas sem luta, gratuitamente. Explica-se assim o fenômeno da Divina Providência, que é um fato que se realiza inclusive em nosso mundo, a benefício dos mais evoluídos, pertencentes, pelos seus merecimentos, o mais alto plano de vida. O esforço exigido pela Lei é duro, mas a sua justiça quer também que, à medida que avançamos, ele se vá tornando cada vez mais leve. Quanto mais ascendemos, tanto mais diminui o esforço necessário para continuar a ascender, aumentando ao mesmo tempo o rendimento do nosso trabalho. Com a evolução tende a diminuir o esforço requerido para continuar a evoluir, tornando-se todos os benefícios cada vez mais gratuitos. Ocorre uma coisa parecida com a velocidade do movimento. Este é tanto mais fatigante quanto mais estamos apegados a terra. Toma-se mais fácil e rápido no ar, e sem dificuldades prossegue sem esforço algum nos espaços siderais. Evolução quer dizer libertação e potencialização, chegando a anular os empecilhos que nos planos inferiores nos tolhem o caminhar. Nos planos superiores de existência desaparecem, juntamente com todas as suas tristes conseqüências, as duras leis da animalidade e ferocidade, predominantes em nosso plano de vida.

Compreende-se e justifica-se, assim, a dura necessidade de trabalho em nosso mundo. A última razão da existência desse trabalho não se pode, no entanto, encontrar na Terra, porque dele, em última análise, aqui não fica nada de definitivo. Tudo o que fazemos está sujeito a tal caducidade que o trabalhar parece à tarefa de um escravo condenado a construir eternamente em cima de areias movediças. Observado só na sua aparência exterior, esse trabalho parece inútil, parece uma condenação sem sentido. Mas, existe um sentido: a construção que o homem realiza não está na Terra, mas dentro de si mesmo. Se suas obras se reduzem, afinal de contas, a um deslocamento de matéria, que permanece na superfície terrestre, onde esse contínuo esforço aparenta, em sua essência, ser apenas uma corrida atrás de ilusões, não é inútil, porque não é uma vitória terrena; mas representa uma fadigosa experiência para aprender. Se não quisermos cair como presa da ilusão, é preciso compreender que o verdadeiro fruto do nosso trabalho não está na obra realizada, mas na lição aprendida, na qualidade adquirida, no progresso atingido. Só assim se explica porque as leis da vida não se interessam por aquilo que mais nos interessa, ou seja, a conservação dos resultados materiais atingidos com tanto sacrifício, e que, abandonados a si mesmos, ficam sem defesa e acabam logo por se perder. E, no entanto, nem por isso o progresso pára. O que permanece não é a obra realizada, mas é o conhecimento adquirido da sua técnica construtiva, com a qual se podem construir outras obras semelhantes em número infinito, abandonando-se as anteriores, que valem só como experiência. Este é o verdadeiro significado de todos os trabalhos e de todas as obras humanas. A Lei não cuida da conservação do fruto material, porque é o fruto espiritual que tem valor, e este fica gravado na alma de quem realizou o trabalho.

Podemos agora compreender o verdadeiro valor das coisas que chegam às nossas mãos. A Lei nô-las deixa possuir, manusear, dirigir; contudo, cedo ou tarde, chega o dia em que temos de nos desprender delas e, então, teremos de devolvê4as a Terra da qual tomamos, devolver tudo, até o nosso próprio corpo. Assim, todas as coisas não nos são dadas senão por empréstimo, em usufruto temporário. Nosso é só o bom ou mau uso que tivermos feito das coisas recebidas. Todo o restante fica na Terra. Isto não quer dizer que com a morte não possamos levar nada conosco. A Lei tira-nos o que é inútil, e que na ilusão da vida julgávamos ser a coisa mais importante, enquanto nos deixa levar conosco o que vale mais, o verdadeiro fruto do nosso trabalho, ou seja, a nossa experiência, representando a sabedoria, a ser utilizada por nós mesmos. Esta experiência e a riqueza acumulada, da qual somos donos, capital que teremos a nosso dispor nas futuras vidas.

Então, tudo o que possuímos na Terra é somente material escolar, meio para aprender. Também as conseqüências desse fato estão escritas na lógica da Lei e são muito importantes. Se a finalidade de tudo o que chega ao nosso poder é a de nos ensinar o uso certo das coisas, adquirindo-se o sentido da justa medida e as qualidades de ordem, autocontrole e disciplina, é justo que a Lei nos tire tudo, quando temos cobiça demais e fazemos mau uso dos nossos poderes. E que a Lei nos deixe tudo, quando não temos cobiça e fazemos bom uso do que possuímos. Se a perda das coisas nos abala, porque a elas estamos muito apegados, então, para aprender a lição de que elas são um meio e não um fim é bom perdê-las, para tomarmos conhecimento de que os verdadeiros valores da vida, os que merecem o nosso apego, encontram-se noutro lugar. Mas, se a perda das coisas não nos abala, porque a elas não estamos mais apegados, então é porque aprendemos que elas são um meio e não um fim. Nesse caso, somos espontaneamente o que devemos ser, isto é, apenas administradores honestos, e podemos possuir tudo sem perigo algum para nosso espírito. Acontece, assim, que na lógica da Lei passa a não haver razão para que as coisas nos sejam tiradas, mas, pelo contrário, já há motivo para que tudo nos seja doado, porque, uma vez aprendida à lição, não há razão que justifique renúncias forçadas e limitações dolorosas. Esta é a lógica da Lei, isto é, o caminho para chegar à abundância é o desapego. A lógica do mundo é uma contradição da lógica divina, e a prova disso são os frutos que nele se colhe, isto é, luta e necessidade, onde poderia haver paz e bens em abundância para todos.

Como se vê, a Lei é inteligente, tem uma sua lógica e pode-se raciocinar com ela. Ora, a lógica da Lei é que o impasse de sofrimentos e desilusões em que se encontra o homem no seu plano de vida, tem de ser resolvido, e não pode existir senão para ser resolvido, porque, se assim não fosse, seria uma condenação louca e cruel, um trabalho duro sem escopo nem sentido. Mas, a Lei é boa e lógica, e, assim, a vida é apenas uma escola para aprender, é tudo se explica e justifica.

A conclusão desta nossa conversa, por estranha que pareça, é que tudo podemos obter, e de graça, mas só quando não o desejarmos mais com cobiça, porque só neste caso á possuir não representará mais um perigo para nós. Se o escopo de tudo é evoluir, é lógico que seja tirado de nós tudo o que constitui a base de um apego excessivo, que não nos deixaria prosseguir em nossa obra mais importante: o progresso no caminho da evolução. Em outras palavras, o que impede que tudo chegue da infinita abundância existente em todas as coisas, é a nossa incapacidade de saber fazer bom uso delas, esquecidos da verdadeira razão pela qual as possuímos Às vezes falta ao homem muitas coisas, pelo fato de não ter ainda aprendido a empregá-las sensatamente. Após atingir as necessárias qualidades de inteligência, bondade e desapego, imprescindíveis a boa direção de tudo, não há mais motivo que justifique a privação. Por que deveria a Lei atormentar-nos sem um escopo útil para o nosso bem? Deus não pode querer isto.

Na Terra há de tudo em demasia. O que falta é saber-se de tudo fazer bom uso O homem ainda não aprendeu esta lição e, para evoluir, faz-se mister aprendê-la. Enquanto ele estiver preso aos seus baixos instintos de luta, esmagando todos com o seu egoísmo, ser-lhe-ia um dano possuir poderes maiores, e é lógico e bom que ele perca o que não sabe empregar senão para o seu próprio prejuízo. Isso revela a sabedoria da Lei. E isso é, de fato, o que acontece normalmente. O homem, descobridor da energia atômica, não possui ainda uma psicologia bastante evoluída para saber usar, sem dano seu, uma força tão poderosa. A descoberta que ainda falta, mais importante do que a energia atômica, é esta psicologia, sem a qual aquela se torna perigosa e não pode dar fruto senão de destruição. Por isso, infelizmente, é inevitável que o homem, com a descoberta atômica, destrua tudo, para aprender a indispensável lição de saber usá-la, e chegar assim a realizar A descoberta maior, da nova psicologia do homem civilizado, que sabe utilizar só para o bem da humanidade, e não para destruí-la, o progresso atingido pela ciência. Da descoberta atômica e da destruição a que ela levará, surgirá, como seu maior e verdadeiro fruto, a construção e um homem mais sábio Tudo é lógico. Se o escopo é evoluir, e se o homem é o que é, como atingir de outra maneira esse escopo?

Assim, o homem está criando, com a sua cobiça de possuir demais, a sua miséria. Isto é loucura. Mas ele terá de experimentar tantos sofrimentos, até aprender que isto é loucura. Até agora ele não sofreu bastante com as suas guerras para resolver acabar com elas. Mas, chegou à hora da última experiência decisiva e esse caso será resolvido. E quando, com a guerra, for morto também o instinto feroz de destruição recíproca, então, com a destruição, acabará a necessidade e, por ter aprendido a lição, o homem poderá gozar da natural abundância das coisas, da qual somente o seu mau comportamento o afasta.

Na sabedoria da Lei, o desejo existe para ser satisfeito, e não para ser traído com enganos. Quando isto acontece, não pode ser devido senão à falha de quem deseja, porque desejou na medida e na direção erradas. Com a privação, a Lei nos fecha as portas da satisfação para que acorde em nós o desejo de coisas mais elevadas, e vamos à procura delas. É  assim que, desapegando-nos das coisas inferiores e apegando-nos às superiores, conseguimos subir um novo degrau na escada da evolução, realizando dessa forma aquilo que é a maior finalidade da vida, em vez de correr atrás de dolorosas ilusões. Eis, pois que, como quer a bondade da Lei de Deus, a felicidade está em nosso caminho, esperando por nós, para ser atingida com o nosso esforço, vindo ao nosso encontro, se quisermos cumprir esse dever.

Desta maneira, ficam de pé a bondade de Deus e a sabedoria da Lei, e revela-se ser justo o que ao primeiro olhar parece ser um engano cruel. Compreende-se, então, o verdadeiro sentido do jogo de nossa vida, tal qual o vemos desenvolver-se em nosso mundo.
           
Continuaremos, assim, a explicar o significado de tantas coisas e fatos que nos cercam.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

COMPORTAMENTOS AUTODESTRUTIVOS

A falta de iniciativa e o medo constituem fatores relevantes para a instalação dos comportamentos autodestrutivos, decorrência natural da insegurança pessoal e da hostilidade social presente na competitividade da sobrevivência humana.

Conflitos autopunitivos da consciência de culpa não superados apresentam-se de forma patológica, contribuindo para a ausência de autoestima e compulsão auto-exterminadora. Nem sempre porém, assumem a tendência para o suicídio direto,  manifestando-se, entretanto, de maneira mascarada, como desinteresse pela existência, ausência de objetivos para lutar, atitudes pessimistas...

Noutras ocasiões, a freqüente ingestão das vibrações perniciosas do mau humor, do ressentimento, da rebeldia sistemática, do ódio, do ciúme desenvolvem transtornos psíquicos que terminam por desarmonizar as células, comprometer os órgãos e conduzir à morte.

Diversas enfermidades têm causalidade psicossomática, que culminam em verdadeiros desastres orgânicos.

Na raiz de toda doença há sempre componentes psíquicos ou espirituais, que são heranças decorrentes da Lei de causa e efeito, procedentes de vidas transatas, que imprimiram nos genes os fatores propiciadores para a instalação dos distúrbios na área da saúde.

A vida moderna, geradora de estresses e angústias, por sua vez também desencadeia mecanismos de ansiedade e de fobias várias, que desgastam os núcleos do equilíbrio psicológico com lamentáveis disfunções dos equipamentos físicos.

As pressões contínuas que decorrem do trabalho, dos compromissos sociais, das necessidades econômicas, da tensão emocional e dos impositivos psíquicos, desestabilizam o ser humano, que se torna vítima fácil de falsas necessidades de fugas, como recurso de buscar a paz, engendrando comportamentos autodestrutivos.

Desequipado psicologicamente para os enfrentamentos incessantes e sentindo-se incapaz para acompanhar e absorver o desenvolvimento tecnológico e toda a parafernália dos divertimentos que induzem ao consumismo rigoroso e insensato, o indivíduo de temperamento tímido perturba-se, desistindo de prosseguir, ou se engaja na loucura generalizada, auto-destruindo-se igualmente através da excitação e da insatisfação, da competitividade com os seus intervalos de fastio e amargura, buscando, nos alcoólicos, no tabaco, no sexo e nas drogas os estímulos e as compensações para substituírem o cansaço, o tédio e a saturação diante do que já haja conseguido.

A velocidade que assinala os acontecimentos hodiernos supera as suas resistências emocionais, e deixa-se conduzir, a princípio, sem dar-se conta do excesso da carga psíquica, para depois automatizar-se, sem reservar-se períodos para o auto-refazimento, para a renovação, para o encontro consigo mesmo e uma análise tranqüila das metas em desenvolvimento, elaborando e seguindo uma escala de valores legítimos, a fim de não consumir as horas e as forças nas buscas impostas pelo contexto social, no qual se encontra, e que não lhe correspondem às aspirações íntimas.

A existência terrena é portadora de valiosa contribuição ética, estética, intelectual, espiritual, e não somente dos impositivos materiais e das satisfações ligeiras do ego sem a compensação do Self.

São muitos os mecanismos que levam à autodestruição, dentre os quais, a fadiga pelo adquirir e poder acompanhar tudo; estar envolvido nas armadilhas criadas pelo mercado devorador que desencadeia inquietação; a quantidade de propostas perturbadoras pela mídia, que aturde; o excesso de ruídos em toda parte, que desorienta, e a superpoluição nos centros urbanos, que desenvolve os instintos violentos e agressivos, eliminando quase as possibilidades para a aquisição da beleza, do entesouramento da paz, de ensanchas de autorealização.

O ser humano é a medida das suas aspirações e conquistas, sem o que a mediocridade o vence.

Cada meta desenvolvida propicia a compensação da vitória e o estímulo para novas realizações. Quando isso não ocorre, os insucessos mal interpretados levam-no à desarmonia, da qual procedem os fatores inibidores para novos tentames com a desistência do esforço e a perda da capacidade para recomeçar.

É justo não se desfalecer jamais. Toda ascensão impõe sacrifício, toda libertação resulta de esforço.

A ruptura das algemas psicológicas responsáveis pelo desprezo de si mesmo, pelo acabrunhamento e autonegação torna-se de urgência, a fim de favorecer a visão clara da realidade e os meios hábeis para bem vivê-la.

Cada momento propicia renascimento, quando se está vigilante para fazê-lo.

Na impossibilidade de mudar-se a vida moderna, melhor explicando, os fatores negativos que conduzem aos conflitos — desde que existem valiosos contributos para a sua valorização, aquisição do seu significado, crescimento interior e progresso individual como geral — cumpre se criem condições próprias para enfrentá-la, se elaborem programas pessoais para a auto-realização e bem-estar, não se deixando atormentar com as imposições secundárias, desde que percam o significado de que desfrutam...

Exercícios físicos e rítmicos — natação, caminhada, ciclismo, de acordo com a eleição de cada qual —, ao lado de exercícios mentais — boa leitura, música inspiradora, conversações instrutivas, relacionamentos estimulantes, orações, meditação, ajuda ao próximo — são excelentes terapias para a redescoberta do significado existencial e da vida, aceitando sem estresse as imposições contemporâneas, decorrentes do processo da evolução científicotecnológica.

A existência enriquecida de ideais deve ser utilizada mediante os diversos recursos hodiernos para transformar o tumulto em harmonia, a doença em saúde e a tendência à autodestruição em prolongamento da vida sob a égide do amor que a tudo deve comandar, inspirar e vencer.

Face à sua presença e vitalidade, o mundo se modifica e o ser se liberta, plenificando-se.

Joanna de Ângelis, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco, na obra "Amor, Imbatível Amor"

sexta-feira, 15 de julho de 2011

NA VIA PÚBLICA

A rua é um departamento importante da escola do mundo, onde cada criatura pode ensinar e aprender.

Encontrando amigos ou simples conhecidos, tome a iniciativa da saudação, usando cordialidade e carinho sem excesso.

Caminhe em seu passo natural dentro da movimentação que se faça precisa, como se deve igualmente viver, sem atropelar os outros.

Se você está num coletivo, acomode-se de maneira a não incomodar os vizinhos.

Se você está de carro, por mais inquietação ou mais pressa, atenda às leis do trânsito e aos princípios do respeito ao próximo, imunizando-se contra males suscetíveis de lhe amargurarem por longo tempo.

Recebendo as saudações de alguém, responda com espontaneidade e cortesia.

Não detenha companheiros na vida pública, absorvendo-lhes tempo e atenção com assuntos adiáveis para momento oportuno.

Ante a abordagem dessa ou daquela pessoa, pratique a bondade e a gentileza, conquanto a pressa, freqüentemente, esteja em suas cogitações.

Em meio às maiores exigências de serviço, é possível falar com serenidade e compreensão, ainda mesmo por um simples minuto.

Rogando um favor, faça isso de modo digno, evitando assobios, brincadeiras de mau gosto ou frases desrespeitosas, na certeza de que os outros estimam ser tratados com o acatamento que reclamamos para nós.

Você não precisa dedicar-se à conversação inconveniente, mas se alguém desenvolve assunto indesejável é possível escutar com tolerância e bondade, sem ferir o interlocutor.

Pessoa alguma, em sã consciência, tem a obrigação de compartilhar perturbações ou conflitos de rua.

Perante alguém que surja enfermo ou acidentado, coloquemo-nos, em pensamento, no lugar difícil desse alguém e providenciemos o socorro possível.

André Luiz – Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier – da obra “Sinal Verde”

APRESENTAÇÕES

Em se vendo objeto de apresentação, não deve enunciar seus títulos e lances autobiográficos, mas se você apresenta alguém, é justo lhe decline o valor sem afetação.

Diante de algum apontamento desairoso para com os ausentes, recorde o impositivo do respeito e da generosidade para com eles.

Nunca impossível descobrir algo de bom em alguém ou em alguma situação para o comentário construtivo.

Qualquer criatura que se mostre necessitada de pedir-lhe um favor, é um teste para a sua capacidade de entendimento e para os seus dotes de educação.

Um mendigo é um companheiro no caminho a quem talvez amanhã tenhamos de solicitar apoio fraterno.

A criança desprotegida que encontramos na rua não é motivo para revolta ou exasperação, e sim um apelo para que trabalhemos com mais amor pela edificação de um mundo melhor.

Não adianta reprimenda para o irmão embriagado, de vez que ele, por si mesmo, já se sabe doente e menos feliz.

Toda vez que você destaque o mal, mesmo inconscientemente, está procurando arrasar o bem.

Não critique, auxilie.

Para qualquer espécie de sofrimento é possível dar migalha de alívio e amparo, ainda quando semelhante migalha não passe de um sorriso de simpatia e compreensão.

André Luiz – Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier – da obra “Sinal Verde”

quinta-feira, 14 de julho de 2011

GANHANDO RESISTÊNCIA

Reconhece você que a sua resistência precisa aumentar; por isso mesmo não despreze o esforço no bem algum tanto a mais além do nível.

Se o trabalho parece estafante, suporte mais um pouco as dificuldades em que se lhe envolvem os encargos.

Onde lhe pareça já haver exercitado o máximo de humildade, apague-se um tanto mais em favor de outrem para que o seu grupo alcance a segurança ideal.

Demonstre um pouco mais de paciência nos momentos de inquietação e evitará desgostos incalculáveis.

Abstenha-se algo mais de reclamações mesmo justas, no que se reporta aos seus interesses pessoais, e observará quanta simpatia virá depois ao seu encontro.

Mostre um pouco mais de serenidade nos instantes de crise e você se transformará no apoio providencial de muita gente.

Confie algo mais na proteção da Bondade Divina e conseguirá superar obstáculos que se lhe figuravam intransponíveis.

Nos dias de enfermidade aguente um tanto mais as dificuldades do tratamento e você apressará as suas próprias melhoras de maneira imprevisível.

Tolere um tanto mais as intrigas que, porventura, lhe assediem o campo de ação, sem lhes oferecer qualquer importância e defenderá a sua própria felicidade, com inesperado brilhantismo.

Você vive no mundo em meio de provas e lutas, desafios e necessidades, ao modo de aluno entre as lições de que precisa na escola, em favor do próprio aproveitamento; aprenda a suportar os convites ao bem dos outros e você ganhará os melhores valores da resistência.

AUTO-PROTEÇÃO

"Pois com o critério que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também." – JESUS. (Mateus, 7:2.)

A gentileza deve ser examinada, não apenas por chave de ajuste nas relações humanas, mas igualmente em sua função protetora para aqueles que a cultivam.

Não falamos aqui do sorriso de indiferença que paira, indefinido, na face, quando o sentimento está longe de colori-lo.

Reportamo-nos à compreensão e, conseqüentemente, à tolerância e ao respeito com que somos todos chamados à garantia da paz recíproca.

De quando em quando, destaquemos uma faixa de tempo para considerar quantas afeições e oportunidades preciosas temos perdido, unicamente por desatenção pequenina ou pela impaciência de um simples gesto.

Quantas horas gastas com arrependimentos tardios e quantas agressões vibratórias adquiridas à custa de nossas próprias observações, censuras, perguntas e respostas malconduzidas!. . .

O que fizermos a outrem, fará outrem a nós e por nós.

Reflitamos nos temas da auto-proteção.

A fim de nutrir-nos ou aquecer-nos, outros não se alimentam e nem se agasalham em nosso lugar e, por mais nos ame, não consegue alguém substituir-nos na medicação de que estejamos necessitados.

Nas questões da alma, igualmente, os reflexos da bondade e as respostas da simpatia hão de ser plantados por nós, se aspiramos à paz em nós.

Emmanuel, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier

DESTRUIÇÃO E MISÉRIA

"Em seus caminhos há destruição e miséria". - Paulo, (Romanos, 3:16.)

Quando o discípulo se distancia da confiança no Mestre e se esquiva à ação nas linhas do exemplo que o seu divino apostolado nos legou, preferindo a senda vasta de infidelidade à própria consciência, cava, sem perceber, largos abismos de destruição e miséria por onde passa.

Se cristaliza a mente na ociosidade, elimina o bom ânimo no coração dos trabalhadores que o cercam e estrangula as suas próprias oportunidades de servir.

Se desce ao desfiladeiro da negação, destrói as esperanças tenras no sentimento de quantos se abeiram da fé e tece vasta rede de sombras para si mesmo.

Se transfere a alma para a residência escura do vício, sufoca as virtudes nascentes nos companheiros de jornada e adquire débitos pesados para o futuro.

Se asila o desespero, apaga o tênue clarão da confiança na alma do próximo e chora inutilmente, sob a tormenta de lágrimas destrutivas.

Se busca refúgio na casa da tristeza, asfixia o otimismo naqueles que o acompanham e perde a riqueza do tempo, em lamentações improfícuas.

A determinação divina para o aprendiz do Evangelho é seguir adiante, ajudando, compreendendo e servindo a todos.

Estacionar é imobilizar os outros e congelar-se.

Revoltar-se é chicotear os irmãos e ferir-se.

Fugir ao bem é desorientar os semelhantes e aniquilar-se.

Desventurados aqueles que não seguem o Mestre que encontraram, porque conhecer Jesus Cristo e viver longe dele será espalhar a destruição, em torno de nossos passos, e conservar a miséria dentro de nós mesmos.

Emmanuel, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier

domingo, 10 de julho de 2011

SOBRE A CALMA

Manter a calma, sempre é uma virtude. Revela o estado de espírito do ser.

A calma frente as vicissitudes diárias, revela a harmonia espiritual, tão necessária para a manutenção do equilíbrio e do ambiente.

A calma implica em vários fatores, pois revela disciplina, tolerância, bondade, carinho, respeito, equilíbrio, paz, harmonia, serenidade, dentre outros.

São tantos os adjetivos que podemos atribuir à calma, que se pensarmos bem, veremos que devemos lutar com todas as forças para sermos pessoas calmas.

Primeiro, devemos aprender a fechar a boca, quando confrontados ou contrariados. Sei que é difícil, mas se conseguirmos manter o equilíbrio e a tentação de não responder as provocações, teremos tido uma grande vitória pessoal.

Se, em uma discussão qualquer, nós perdermos a calma, e contrariados, no calor da discussão, passarmos a dialogar com nosso próximo no mesmo tom, ou respondermos “à altura” as provocações, isto gerará uma total desarmonia espiritual de conseqüências imprevisíveis. O relacionamento em questão ficará abalado. Todos perdem, ninguém ganha.

Perder a calma implica muitas vezes na perda do emprego, namoros desfeitos, casamentos destruídos, amizades abaladas, brigas entre vizinhos, acidentes de trânsito, e, espiritualmente falando, implica na contratação de débitos, que de alguma forma precisarão ser resgatados no futuro.

Quando em momentos tormentosos optamos pelo silêncio, pela não agressão, estamos sendo humildes e caridosos, não estamos contraindo dívidas espirituais, bem como não estamos alimentando a cólera dos outros.

Se você for ofendido e não reagir, mantendo a calma e o controle, no futuro (nesta vida ou em outra), o agressor sentirá alguma forma de remorso, e tentará resgatar este débito.

Manter a calma, somente traz benefícios para nossas vidas.

Pratiquem e verão como suas vidas irão mudar para melhor.

Pense nisso!

OS PROFETAS

O SENHOR sempre nos enviou suas mensagens, avisos, alertas e esperança através dos Profetas. Isto ocorre à milhares de anos.

Pouco se registrou sobre isto, mas os poucos escritos, mesmo levando-se em conta as peculiaridades de cada época, nos trazem sempre a mesma mensagem.

O SENHOR nos recomenda seguir no caminho do bem, fazer o bem ao próximo, sermos vigilantes, termos fé e confiança na Justiça Divina e acreditar-mos no Poder Divino que está dentro de nós, em nosso espírito.

Em uma passagem do Evangelho de Mateus, Jesus fala, “o espírito está preparado, mas a matéria não”.

Isto significa que o espírito quando na erraticidade redescobre seus valores e propósitos, mas enquanto encarnado, o espírito tem muita dificuldade de fazer estes valores serem vivenciados.

A matéria pesada, o ambiente pesado do umbral (estamos nele), os vícios, a luxúria e os prazeres mundanos acabam se sobrepondo de forma impositiva sobre os ideais do espírito.

Somente o espírito com superioridade moral muito elevada pode se sobrepor as más energias que nos cercam.

Alternamos momentos bons e maus. Nos bons momentos, somos bondosos, caridosos, nos preocupamos com o próximo, somos atenciosos. Mas nos maus momentos somos mesquinhos, egoístas e frios.

Não enxergamos nem a nós mesmos, quanto mais enxergar o próximo.

Pense nisso.

sábado, 9 de julho de 2011

André Luiz: PARENTES DIFÍCEIS

André Luiz
psicografia de Chico Xavier

Aceite os parentes difíceis na base da generosidade e da compreensão, na certeza de que as Leis de Deus não nos enlaçam uns com os outros sem causa justa.

O parente-problema é sempre um teste com que se nos examina a evolução espiritual.

Muitas vezes a criatura complicada que se nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.

Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.

Não tente se descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você  houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.

Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre, estamos pagando pelo sistema de prestações, certas dívidas contraídas por atacado.

André Luiz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, da obra “Sinal Verde”


ENTRE CÔNJUGES

Prossiga amando e respeitando os pais, depois da formação da própria casa, compreendendo, porém, que isso traz novas responsabilidades para o exercício das quais é imperioso cultivar independência, mas, a pretexto de liberdade, não relegar os pais ao abandono.

Não deprecie os ideais e preocupações do outro.

Selecione as relações.

Respeite as amizades do companheiro ou da companheira.

É preciso reconhecer a diversidade dos gostos e vocações daquele ou daquela que se toma para compartilhar-nos a vida.

Antes de observar os possíveis erros ou defeitos do outro, vale mais procurar-lhe as qualidades e dotes superiores para estimulá-los ao desenvolvimento justo.

Jamais desprezar a importância das relações sexuais com o respeito à fidelidade nos compromissos assumidos.

Não sacrifique a paz do lar com discussões e conflitos, a pretexto de honorificar essa ou aquela causa da Humanidade, porque a dignidade de qualquer causa da Humanidade começa no reduto doméstico.

Não deixe de estudar e aprimorar-se constantemente, sob a desculpa de haver deixado a condição de solteiro ou de solteira.

Sempre necessário compreender que a comunhão afetiva no lar deve recomeçar, todos os dias, a fim de consolidar-se em clima de harmonia e segurança.

André Luiz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, da obra “Sinal Verde”

NOS DOMÍNIOS DA VOZ

Observe como vai indo a sua voz, porque a voz é dos instrumentos mais importantes na vida de cada um.
A voz de cada pessoa está carregada pelo magnetismo dos seus próprios sentimentos.

Fale em tonalidade não tão alta que assuste e nem tão baixa que crie dificuldade a quem ouça.

Sempre aconselhável repetir com paciência o que já foi dito para o interlocutor, quando necessário, sem alterar o tom de voz, entendendo-se que nem todas as pessoas trazem audição impecável.

A quem não disponha de facilidades para ouvir, nunca dizer frases como estas: "Você está surdo?", "Você quer que eu grite?", "Quantas vezes quer você que eu fale?" ou "já cansei de repetir isso".

A voz descontrolada pela cólera, no fundo, é uma agressão e a agressão jamais convence.

Converse com serenidade e respeito, colocando-se no lugar da pessoa que ouve, e educará suas manifestações verbais com mais segurança e proveito.

Em qualquer telefonema, recorde que no outro lado do fio está alguém que precisa de sua calma, a fim de manter a própria tranqüilidade.

André Luiz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, da obra “Sinal Verde”

terça-feira, 5 de julho de 2011

EXPERIÊNCIA DOMÉSTICA

Ordem, trabalho, caridade, benevolência, compreensão começam dentro de casa.

A parentela é um campo de aproximação, jamais cativeiro.

Aprendamos a ouvir sem interromper os que falam à mesa doméstica, a fim de que possamos escutar com segurança as aulas da vida.

O lar é um ponto de repouso e refazimento, nunca mostruário de móveis e filigranas, conquanto possa e deva ser enfeitado com distinção e bom gosto, tanto quanto possível.

Quem pratica o desperdício, não reclame se chegar à penúria.

Benditos quantos se dedicam a viver sem incomodar os que lhe compartilhem a experiência.
Evite as brincadeiras de mau gosto que, não raro, conduzem a desastre ou morte prematura.

O trabalho digno é a cobertura de sua independência.

Aconselhe a criança e ajude a criança na formação espiritual, que isso é obrigação de quem orienta, mas respeite os adultos em suas escolhas, porque os adultos são responsáveis e devem ser livres nas próprias ações, tanto quanto você deseja ser livre em suas idéias e empreendimentos.

Se você não sabe tolerar, entender, abençoar ou ser útil a oito ou dez pessoas do ninho doméstico, de que modo cumprir os seus ideais e compromissos de elevação nas áreas da Humanidade?

Muitos crimes e muitos suicídios são levados a efeito a pretexto de se homenagear carinho e dedicação no mundo familiar.

André Luiz – Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier – da obra “Sinal Verde”

sexta-feira, 1 de julho de 2011

FLUXO DO PENSAMENTO- Leis do Campo Mental

Escrito por Nubor Orlando Facure

O pensamento tem início de forma embrionária em seres vivos que foram aprendendo a se concentrar com determinado teor de persistência rumo a um certo objetivo, como o de se apropriarem de um alimento. Nessa longa caminhada, o pensamento passou a ser o instrumento sutil da vontade do Espírito, que exterioriza a matéria mental para atuar nas formações da matéria física, obtendo por esse caminho as satisfações que deseja.

A matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo.

Elaborando pensamentos, cada um de nós cria em torno de si um campo de vibrações impulsionado pela vontade, que estabelece uma onda mental própria, capaz de nos caracterizar individualmente.

Obedecendo às mesmas leis da energia e partículas do mundo físico, as ondas e partículas da matéria mental, em graus de excitações variados, se expressam em freqüência e cores particulares dependendo da intensidade e qualidade do pensamento emitido, ou seja, da vibração mental emitida.

Considerando o terreno das manifestações da física dos átomos, sabemos que o calor, a luz e os raios gama, são expressões vibratórias de uma mesma energia.

A excitação, por exemplo, dos átomos de uma barra de ferro por uma fonte de energia permite produzirmos calor de uma extremidade à outra da barra de ferro. A excitação dos elétrons de um filamento metálico permitirá a transmissão da luz, e a agitação dos núcleos atômicos de determinados materiais produzirá emissão de raios gama.

Tanto quanto na matéria física, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado.

Como a matéria é expressão da energia em diferentes condições de vibração e velocidade, a energia mental também se manifesta conforme as variações da corrente ondulatória, em corpúsculos da matéria mental. Aqui também se identificam as mesmas leis que regulam a mecânica quântica na transmissão de energia entre as partículas sub-atômicas. Quando vibram os átomos da matéria mental, correspondendo à formação de calor na matéria física, geram-se ondas de comprimento longo que se estabelecem com o propósito de manutenção de nossa individualidade ou de simples noção do Eu. Essas ondas longas prestam-se, também, para sustentar a integração da nossa unidade corporal, mantendo interligado o universo de células que compõem o nosso corpo físico.

Quando ocorrem as vibrações dos elétrons da matéria mental, irradiam-se luzes de tonalidades diferentes conforme a energia atinja os elétrons da superfície ou das proximidades do núcleo do átomo mental. Esse tipo de agitação ondulatória corresponde à emissão de pensamentos de intensidades variadas que vão, desde uma atenção momentânea voltada rapidamente a um certo objetivo, até a uma reflexão ou uma concentração profunda tentando resolver questões complexas.

Por fim, já vimos que a excitação dos núcleos atômicos gera os raios gama e, no campo da mente, a correspondente vibração dos núcleos dos átomos mentais gera ondas ultra-curtas emitidas com imenso poder de penetração de suas energias. Essas vibrações resultam de expressões de sentimentos profundos, de cores cruciantes ou de atitudes de concentração muito intensas.

A Indução Mental

Indução, em termos eletrônicos, consiste na transmissão de uma energia eletromagnética entre dois corpos sem que haja contacto entre eles. Este fenômeno ocorre por conjugação de ondas através de um fluxo de energia que é transmitido de um corpo a outro. No campo mental o processo é idêntico.

Existe uma corrente de ondas suscetíveis de reproduzir suas próprias características sobre uma outra corrente mental que passa a sintonizar com ela.

Expressando qualquer pensamento em que acreditamos, estamos induzindo os outros a pensarem como nós. A aceitação que os outros fazem de nossas idéias passa a ser questão de sintonia.

Por outro lado, ao sentirmos uma idéia, absorvemos e passamos a refletir todas as correntes mentais que se assemelham a essa idéia, comungando os mesmos propósitos.

Portanto, nossas idéias e convicções nos ligam compulsóriamente a todas as mentes que pensam como nós e , quanto maior nossa insistência em sustentar uma idéia ou uma opinião, mais nos fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem como nós e que esposam as mesmas opiniões.

Imagens Mentais

O espírito é a fonte geradora de todas as expressões da vida, e toda espécie de vida se orienta ou se modifica pelo impulso mental.

Sempre que pensamos, estamos expressando uma vontade correspondente ao campo íntimo das idéias, e as idéias, representando a expressão de energia mental, se corporificam pelo pensamento em ondas e corpúsculos, que se organizam conforme o teor e a intensidade da vibração mental e o propósito do pensamento emitido.

Portanto, na expressão de qualquer pensamento, o comprimento da onda emitida varia com a intensidade da concentração nos objetivos desejados e a natureza das idéias emitidas. Com as idéias criamos em torno de nós um campo de vibrações mentais que identificam, pelo seu próprio conteúdo, as nossas mais íntimas condições psíquicas.

Nessa atmosfera ideatória que nos cerca, os corpúsculos da matéria mental que compõem nossos pensamentos modelam "imagens" correspondentes às idéias que mentalmente projetamos.

Psiquicamente, na medida em que expressamos mentalmente uma vontade, um desejo, uma idéia, uma opinião, um objetivo qualquer, passamos a ser carregadores ambulantes de vontades com formas, de desejos com moldes, de idéias vivas que as representam, de objetivos e opiniões que se exteriorizam com cenas que materializam em torno de nós os nossos pensamentos.

Nossa mente projeta fora de nós as formas, as figuras e os personagens de todos os nossos desejos, inclusive com todo o conteúdo dinâmico do cenário elaborado. Com essa constelação de adornos mentais atraímos ou repelimos as mentes que conosco assimilam ou desaprovam nosso modo de pensar.

Perturbações do Fluxo Mental

A criação da matéria mental se origina do estímulo ideatório do Espírito, que é a fonte da energia vital para o cérebro. O Fluido Cósmico fornece o elemento para essas construções. Os corpúsculos mentais, sob o impulso do Espírito são exteriorizados em movimentos de agitação constante, produzindo correntes de formas ideatórias que se expressam na aura da personalidade que os cria.

Nesses vórtices de energia em que cada individualidade se exprime em correntes de matéria mental, também se cria, pela corrente de átomos excitados, um fluxo energético com conseqüente resíduo eletromagnético, que se expressa na aura de cada um de nós. A capacidade criativa da mente alimenta de forma permanente essa corrente em constante agitação.

O fluxo resultante do processo ideatório pode apresentar perturbações semelhantes a defeitos da circulação da corrente elétrica comum a qualquer aparelho doméstico.

Assim, a ausência de uma corrente eletromagnética residual pode ser identificada no cérebro de pessoas profundamente ociosas. Os circuitos mentais podem permanecer bloqueados, impedindo a circulação do fluxo mental, em razão de idéias fixas ou obsessivas. As lesões orgânicas cerebrais perturbam, naturalmente, as expressões do pensamento, já que o cérebro é o veículo para a manifestação física da mente.

As Leis do Campo Mental

Nossa atividade mental através do discernimento e do raciocínio nos dá a prerrogativa de nós mesmos escolhermos nossos objetivos.

Projetando nossas idéias, produzimos os pensamentos, exteriorizando em torno de nós irradiações eletromagnéticas com poder mais ou menos intenso, conforme o comprimento das ondas mentalmente emitidas.

Essa corrente de partículas mentais nascidas de emoções, desejos, opiniões e vontades, constrói em torno de nós, cenas em forma de quadros vivos que são percebidos em flashes ou imagens seriadas, ou cenas contínuas que nos colocam em sintonia com todas as mentes que harmonizam com os pensamentos que exteriorizamos.

Já vimos, também, que somos suscetíveis de induzir pensamentos-imagens nos outros, assim como recebemos sugestões que se corporificam em formas vivificadas dentro de nossa psicosfera.

A simples leitura de uma página de jornal, uma conversação rotineira, a contemplação de um quadro, uma visita a familiares, o interesse por um espetáculo artístico ou programa de televisão, um simples conselho, são todos agentes de indução que nos compromete psiquicamente com as mentes sintonizadas nos mesmos assuntos.

Pensar ou conversar constantemente significa projetar nos outros e atrair para nós as mesmas imagens que criamos, suportando em nós mesmos as conseqüências dessa influência recíproca.

Persistir em idéias fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais deliberadamente violentas, nos escraviza a um ambiente psiquicamente infeliz, com imagens que nós forjamos e que nos mantêm num circuito de reflexos condicionais viciosos.

Construindo com o conteúdo dos nossos pensamentos o campo mental que nos cerca, vivemos psiquicamente dentro dele, obedecendo a leis fundamentais relacionadas com a estruturação desse campo.

Por princípio, temos que entender que o campo mental é resultado de emissão de idéias que nós criamos, com nossa participação exclusiva e, portanto, com nossa total responsabilidade. Esta é a primeira lei do Campo Mental.

A segunda lei é a da assimilação, que estabelece que nós estamos ligados unicamente às mentes com quem nós nos afeiçoamos.

Portanto, além da sintonia, é necessário haver aceitação das idéias para que assimilemos as interferências boas ou más que recebemos.

A lei da assimilação significa também que uma idéia que nos incomoda, que nos martiriza ou nos revolta, só persiste em nós pela aceitação que fazemos de seu conteúdo e pelas ligações que mantemos com o seu emissor.

A terceira lei do campo mental está relacionada com o estudo e o aprendizado que desenvolve em nós o discernimento e o raciocínio. Ela estabelece que cada de um de nós só assimilará idéias, sugestões ou informações inéditas ou inovadoras, se já desenvolvemos a compreensão necessária ao avanço desses pontos de vista.

(Baseado na obra de André Luiz, "Mecanismos da Mediunidade", psicografada por F. C. Xavier e Valdo Vieira)