segunda-feira, 16 de maio de 2011

NA MEDIUNIDADE

Não é a mediunidade que te distingue. É aquilo que fazes dela. A ação do instrumento varia conforme a atitude do servidor.

A produção revela o operário. A pena mostra a alma de quem escreve. O patrimônio caminha no rumo que o mordomo dirige.

O lavrador tem a enxada, entretanto...

Se preguiçoso, cede asilo à ferrugem.

Se delinqüente, empresta-lhe o corte à sugestão do crime.

Se prestativo e diligente, ergue, ditoso, o berço de flor e pão.

O legislador guarda o poder; contudo, através dele...

Se irresponsável, estimula a desordem.

Se desonesto, incentiva a pilhagem.

Se consciente e abnegado, é fundamento vivo à cultura e ao progresso.

O artista dispõe de mais amplos recursos da inteligência; todavia, com eles...

Se desequilibrado, favorece a loucura.

Se corrompido, estende a viciação.

Se enobrecido e generoso, surgirá sempre como esteio à virtude.

Urge reconhecer, no entanto, que acerca das qualidades e possibilidades do lavrador, do legislador e do artista, na concessão do mandato que lhes é confiado, apenas à Lei Divina realmente cabe julgar.

Todos nós, porém, de imediato, conseguimos classificar-lhes a influência pelos males ou bens que espalhem.

Assim também na mediunidade. Seja qual for o talento que te enriquece, busca primeiro o bem, na convicção de que o bem, a favor do próximo, é o bem irrepreensível que podemos fazer.

Desse modo, ainda mesmo te sintas imperfeito e desajustado, infeliz ou doente, utiliza a força medianímica de que a vida te envolve, ajudando e educando, amparando e servindo, no auxílio aos semelhantes, porque o bem que fizeres retornará dos outros ao teu próprio caminho, como bênção de Deus a brilhar sobre ti.

De "Seara dos Médiuns", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.

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