sábado, 26 de fevereiro de 2011

Recomeço

"Tudo tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço"

Luiz Gasparetto

“Andar com fé
é saber que cada dia é um recomeço,
é ter certeza que os milagres acontecem
e que os sonhos podem se realizar.

Andar com fé
é saber que temos asas invisíveis,
é fazer pedidos a estrelas cadentes
e abrir as mãos para o céu.

Andar com fé é olhar sem temor
as portas do desconhecido,
ter a inocência dos olhos da criança,
a lealdade do cão,
a beleza da mão estendida
para dar e receber.

Andar com fé
é usar a força e a coragem
que habitam dentro de nós
quando tudo parece acabado.

Andar com fé
é saber que temos tudo a nosso favor,
é compartilhar as bênçãos multiplicadas,
é saber que sempre seremos surpreendidos
com presentes do Universo,
é a certeza de que o melhor sempre acontece
e que tudo aquilo que almejamos
está totalmente ao nosso alcance.

Basta só Andar com Fé”

Extraído do Blog: Fé – Mensagens Espíritas http://temporecord.wordpress.com/2011/02/01/fe-2/

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ANTE O DIVINO MÉDICO

“Não são os que gozam de saúde que precisam de médico”. JESUS - MATEUS, 9: 12.

Jesus se acercava principalmente, dos pobres e das deserdados, porque são os que mais necessitam de consolações; dos cegos dóceis e de boa-fé, porque pedem se -lhes dê a vista e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar.” 

Milhões de nós outros, - os espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, somos almas enfermas de muitos séculos.

Carregando débitos e inibições, contraídos em existências passadas ou adquiridos agora, proclamamos em palavras sentidas que Jesus é o nosso Divino Médico.

E basta ligeira reflexão para encontrar no Evangelho a coleção de receitas articuladas por ele, com vistas à terapia da alma.

Todas as indicações do sublime formulário primam pela segurança e concisão.

- Nas perturbações do egoísmo: “faze aos outros o que desejas que os outros te façam.

- Nas convulsões da cólera: “na paciência possuirás a ti mesmo.”

- Nos acessos de revolta: “humilha-te e serás exaltado.”

- Na paranóia da vaidade: “não entrarás no Reino do Céu sem a simplicidade de uma criança.”

- Na paralisia de espírito por falsa virtude “se aspiras a ser o maior, sê no mundo o servo de todos.”

- Nos quistos mentais do ódio: “ama os teus inimigos.”

- Nos delírios da ignorância: “aprende com a verdade e a verdade te libertará.”

- Nas dores por ofensas recebidas: “perdoa setenta vezes sete.”

- Nos desesperos provocados por alheias violências: “ora pelos que te perseguem e caluniam.”

- Nas crises de incerteza, quanto à direção espiritual: “se queres vir após mim, nega a ti mesmo,” toma a tua cruz e segue-me.”

- Nós, as consciências que nos reconhecemos endividadas, regozijamo-nos com a declaração consoladora do Cristo: - “Não são os que gozam de saúde os que precisam de um, médico.”

- Sim, somos espíritos enfermos com ficha especificada nos gabinetes de tratamento, instalados nas Esferas Superiores, dos quais instrutores e benfeitores da Vida Maior nos acompanham e analisam ações e reações, mas é preciso considerar que o facultativo, mesmo sendo Nosso Senhor Jesus Cristo, não pode salvar o doente e nem auxiliá-lo de todo, se o doente persiste em fugir do remédio.”

EMMANUEL (espírito)
Extraído do livro O Livro da Esperança - Psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A ESCOLHA DAS PROVAS

Emmanuel

Estudando o problema da escolha de provações da Esfera Espiritual para o círculo das experiências humanas, imaginemos um campo de serviço terrestre em que cada trabalhador é chamado à execução de tarefa específica.

Decerto que, aí dentro, vige a liberdade na razão direta do dever bem cumprido.

O servidor que haja inutilizado deliberadamente as peças do arado que lhe requer devoção e suor gastará tempo em adquirir instrumento análogo com que possa atender à orientação que o dirige.

O lavrador invigilante que tenha permitido por desleixo a incursão de vermes destruidores na plantação que lho define o trabalho, não pode esperar a colheita nobre antes que se consagre à limpeza e preservação da leira que a administração lhe confia.

O cooperador que tenha a infelicidade de envolver-se no crime terá cerceada a sua independência de ação, de vez que será necessário circunscrever-lhe a influência em processo adequado de reajuste.

Entretanto, se o operário fiel da lavoura satisfaz agora todos os requisitos das justas obrigações a que, se vê convocado, sem dúvida, plasma, em seu próprio favor, o direito de indicar por si mesmo o novo passo de serviço na direção do futuro, com pleno assentimento da autoridade superior que lhe traça o roteiro de lutas edificantes.

Assim, pois, além do sepulcro, nem todos desfrutam de improviso a faculdade de escolher o lugar ou a situação em que deva prosseguir no esforço de evolução, porquanto, quase sempre, é imperioso o regresso às sombras da retaguarda para refazer com sofrimento e lágrimas, amargura e aflição o ensejo sublime de acesso à luz.

Se desejas, assim, a marcha vitoriosa para lá dos portais de cinza em que o túmulo se te expressa à visão, afeiçoa-te, com perseverança e lealdade, ao próprio dever, dele fazendo o teu pão espiritual, cada dia, por que para alcançar o triunfo e a elevação de amanhã é indispensável saibamos consagrar-lhes a nossa atenção desde hoje.

Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier
Revista O Semeador – Abril de 1981

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O HOMEM DE BEM


"Estuda as próprias imperfeições e trabalha sem cessar, em as combater"
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Centro Espírita Caridade e Fé, de Parnaíba, já tem seu blog




Centro Espírita Caridade e Fé, de Parnaíba, já tem seu blog

  
O Centro Espírita Caridade e Fé, da cidade de Parnaíba, já tem seu blog, onde podem ser encontradas informações sobre os seus trabalhos, como o início no último sábado (12/02), das atividades de evangelização infantil da Escola de Moral Cristã André Luiz.

“Em 2011 o Caridade e Fé completa 54 anos de fundação. A casa realiza suas atividades sempre as terças, quintas e sábados com palestras públicas, passe, desobsessão, atendimento médico espiritual, estudo e prática da mediunidade. Maiores informações quanto a horários e trabalhos realizados podem ser obtidas em horário comercial pelo telefone (86) 3322 4340.”

XXVII Congresso Espírita Estadual de Goias

No período de 5 a 8 de março a Feego realizará o XXVII Congresso Espírita do Estado de Goiás. 

Para esse evento que ocorre tradicionalmente em época de carnaval já estão confirmadas as presenças de Haroldo Dutra Dias, Simão Pedro Lima, Otaciro Rangel, André Luiz Peixinho, Divaldo Pereira Franco e do ator Carlos Vereza. 

O evento conta com mais de 3.500 inscritos, garanta sua vaga! 

Mais informações pelo telefone: (62) 3281-0875 ou pelo email:comunica@feego.org.br

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ANDRÉ LUIZ E A CIDADE “NOSSO LAR”

Pergunta – Poderíamos falar sobre o livro “Nosso Lar”, por exemplo, sobre as realidades do livro, sobre a distância da Colônia, sobre alguma coisa das belezas do Nosso Lar?


Resposta: CHICO XAVIER – A literatura mediúnica em outros países atesta a existência de outras cidades semelhantes a Nosso Lar, uma das comunidades no chamado Espaço Brasileiro.

Quando estávamos recebendo, mediunicamente, o primeiro livro de André Luiz, que traz esse título, impressionamo-nos vivamente com respeito ao assunto, porque a nossa perplexidade era indisfarçável e, sendo o nosso assombro um motivo para perturbar a recepção do livro, o nosso André Luiz promoveu, em determinada noite, a nossa ausência do corpo físico para observar alguns aspectos, os aspectos mais exteriores, da chamada cidade “Nosso Lar”. Mundo novo que somos chamados a perceber, a estudar, porque se relaciona com o futuro de cada um de nós. Ainda que não sejamos acolhidos na referida colônia, outros lares nos esperam após a desencarnação.

Isso é muito importante.

Há muita gente que considera esse assunto demasiadamente remoto para que venhamos a nos preocupar com ele.

Entretanto, na lógica terrestre, somos obrigados a cuidar dos estoques de determinados materiais – gasolina, óleo, medicamento, cereais. Se nos interessamos por isso, no trânsito sobre a Terra, por que admitir por ocioso esse tema da espiritualidade que nos espera inevitavelmente a todos?

O Espírito de André Luiz, registrando-nos o espanto, porquanto a estranheza era enorme da parte dos companheiros de Pedro Leopoldo e Belo Horizonte, aos quais mostrávamos as páginas em andamento, teve o cuidado de mostrar-nos determinada faixa de Nosso Lar, onde jaziam centenas de irmãos hospitalizados, ocupando a atenção de médicos, de instrutores, enfermeiras, sacerdotes e pastores das diversas religiões. Devemos assinalar esse fato, de vez que, frequentemente, depois da morte são obrigados a compartilhar-nos crenças e concepções com respeitos às verdades eternas do espírito, quando a caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo nos espera a todos, quanto a discernimento e compreensão.

Cada criatura, nessa cidade, é chamada gradativamente para um estado mais amplo de entendimento. Nosso Lar é o retrato de muitas das colônias que nos aguardam, mas não é propriamente o retrato único, porque possuímos, além da Terra, além da vida física, muitas e muitas cidades de natureza superior e outras de natureza inferior a que chegaremos, inevitavelmente, segundo as nossas escolhas e méritos neste mundo. **

Entrevista concedida a Sra. Guiomar Albanesi, no Centro Espírita Perseverança, São Paulo, Capital, em Outubro de 1974. Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel

REI SOLAR

Após a trágica morte de Júlio César, assassinado na escadaria do Senado em Roma, nos idos de março de 44 a.C., por Brutus e os inimigos que lhe tramaram a ocorrência nefasta, o segundo triunvirato constituído por Marco Antônio, Otávio e Lépido, embora as inimizades que vigiam entre os mesmos, predispôs-se a equilibrar as forças do Império sacudidas pelas agressões contínuas que irrompiam de todo lado...

Depois do triunfo de Otávio sobre Marco Antônio e Cleópatra no Egito, o vitorioso retornou à capital imperial coroado de glórias e assumindo a governança na condição de novo César, como imperador.

Anteriormente, Lépido fora mandado ao exílio distante de Roma, a fim de que não oferecesse qualquer perigo em relação à coroa...

Otávio, utilizando-se do amor à pátria e dos recursos provenientes do seu caráter severo e da sua moral austera, lentamente alterou as diretrizes até então vigentes, estimulando as artes, os esportes, a arquitetura e as leis de justiça, facultando um período inabitual de paz na grandiosa potência que dominava quase três quartas partes do mundo conhecido...

Tantas glórias eram motivo de surpresa, considerando-se a belicosidade então dominante no mundo. Entretanto, essa ocorrência derivava-se da aproximação de sublimes hostes espirituais que se acercavam do planeta, modificando lhe a psicosfera, a fim de prepararem o momento em que Jesus, o Rei Solar, mergulharia nas suas sombras para alterar por definitivo a história da Humanidade.

Os carros de guerra e as legiões de soldados voluptuosos e sangue sedentos cederam lugar aos instrumentos de construção da paz e de amanho do solo, propiciando um período diferente em relação a todos os anteriores repletos de beligerância e de crueldade.

O berço de Jesus tornou-se o divisor dos tempos, inaugurando especial cultura e singular civilização que deveriam trocar os instrumentos de escravidão e de morte pelos recursos de inefável bem.

Ficariam para trás, na memória dos lamentáveis fastos da História, as batalhas hediondas, as carnificinas brutais, as destruições de aldeias, povoados e cidades vencidos, assim como dos seus habitantes infelizes...

Surgia um período de paz, que ficaria assinalado pelo amor e pela dedicação ao próximo, seguido pelo holocausto das vítimas que se entregariam felizes em favor da instalação da nova Era.

Porque ainda, no entanto, predominassem os instintos de violência e de primitivismo na sociedade, depois que Ele implantou as bases de um novo tempo distante do poder mentiroso de César e da força bruta das legiões, ressurgiram os algozes da sociedade, dando prosseguimento às trágicas façanhas de destruição, do crime e do horror até quando o cansaço dos réprobos e o seu sofrimento reclamarem pela paz e pela renovação espiritual...

É o que ocorre nestes tormentosos dias da sociedade...

Dois mil anos da sementeira de Jesus se passaram e ainda é escassa a colheita de bênçãos.

* * *

Nunca mais, porém, desde aqueles momentosos dias em que Ele desceu à Terra na condição de Rei Solar, o desconhecimento da Verdade vigeu nos corações e nas mentes.

A incomparável sinfonia das bem-aventuranças assinalou o ápice da Sua presença, alterando por definitivo os códigos vigentes então, embora ainda hoje não vivenciados quanto seria de esperar-se.

Os atos por Ele praticados e as incomparáveis parábolas por Ele narradas, nas quais vestiu o Seu luminoso pensamento, tornaram-se culminantes na história do planeta terrestre, como o mais grandioso legado capaz de libertar os seres humanos das tormentosas paixões nas quais estorcegam.

Sua sublime compaixão e Sua ímpar capacidade de perdão tornaram-se os mais eficazes processos psicoterapêuticos para curar as enfermidades morais e espirituais que dilaceram as criaturas e as degradam...

Jesus é o marco vigoroso de um novo começo.

Nunca antes ou depois dEle algo havia sucedido ou se dará igual: a glória do bem fazer!

Ainda há muito pranto no mundo e multiplicam-se as ocorrências e as ameaças de hórridos crimes e de infortúnios de fora como no íntimo dos seres humanos. Nada obstante, as soluções já se encontram ao alcance de todos quantos anelam pela paz e pela plenitude.

Jesus é o roteiro de segurança, único, aliás, que se pode seguir sem vacilações.

Toda a Sua vida, Seus exemplos, Seus testemunhos de amor demonstram-Lhe a grandeza de excelente Filho de Deus, que nos veio ensinar a viver em alegria, construindo a felicidade mediante o dever retamente cumprido e a vivência do amor sem jaça.

A Sua voz alcança a acústica de todos os corações que se detenham a ouvi-lO.

Voz alguma que se Lhe equipare.

* * *

Diante da atual paisagem humana assinalada pelo desar e pelo vazio existencial, pela violência e pelo mergulho no paul das paixões dissolventes, a evocação do nascimento de Jesus modifica a psicosfera morbífica dominante no momento, e as vozes dos Céus novamente cantam os hinos de louvor e de gratidão a Deus pela presença de Jesus no mundo.

Celebra o Seu Natal com paz no coração e programações de amor nas tuas atividades.

Aproveita as doces vibrações que dominam a Terra e faze-te súdito dedicado do Rei Solar, cooperando com Ele na instalação definitiva da era de paz e de amor por que todos anelam.

Joanna de Angelis Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 22 de setembro de 2010, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, BA.

Extraído do site do Grupo Espírita Casa do Caminho de S.Vicente http://migre.me/3UHjL

A SABEDORIA DO SILÊNCIO


“Dentre todas as manifestações humanas, o silêncio continua sendo a que, de maneira muito pura, melhor exprime a estrutura densa e compacta, sem ruído nem palavras, de nosso inconsciente próprio”  (J.-D. Nasio)
“O analista não tem medo do silêncio [...]; ele não escuta somente o que está nas palavras, escuta também o que as palavras não dizem. Escuta com a “terceira orelha”... (T. Reik)
"Na Finlândia, se você está feliz, deve estar em silêncio para ouvir os próprios pensamentos”  (?)


É praticamente impossível esperar que crianças e adolescentes naturalmente fiquem em silêncio numa missa, aula, teatro, concerto musical, reunião, cinema. Os adultos, por sua vez, deviam dar o exemplo ficando de boca fechada nas igrejas antes ou durante missa, numa palestra, na biblioteca, etc. Será que existe medo do silêncio, necessário para reflexão?
Para ler e compreender um texto filosófico ou teológico, um poema, é preciso silêncio. Há músicas que só podem ser ouvidas sob um fundo de silêncio. Os retiros espirituais são importantes para capacitar as pessoas a conviverem melhor consigo mesmas; aprender a controlar a inquietação de nossa alma, rumo à ascese. Não “treinar” o silêncio é se entregar à fala vazia ou boba, reforçando um estilo sustentado na ignorância.
“O combate contra a ignorância é a meta de toda educação” diz o professor da UFMG, Roberto Jamil Cury. “Se a barbárie está presente através de atos na própria civilização, desbarbarizar tornou-se uma questão urgente da educação”, alertava o filósofo T. Adorno, na década de 1950.
Contudo, o elogio ao silêncio como sinal de educação deve ser rompido, sempre, para protestar contra os atos que causam direta ou indiretamente indignação, violência e destruição.
Silêncio para ensinar
Os professores do ensino fundamental e médio, atualmente, reclamam que na sala de aula passam mais tempo pedindo silêncio aos alunos do que ensinando. Apesar dos sinais de barbárie na escola contemporânea, pouco se tem feito para impedir o seu avanço. Que fazer se os especialistas em educação se limitam a rotina de produção teórica abstracionista, e os responsáveis pelo sistema educacional continuam fugindo do compromisso de fazer “dialética do concreto” com o cotidiano das relações humanas na escola e na universidade? Onde está o equilíbrio entre conhecimento e sabedoria na formação dos professores para o futuro? Quem educará os pais para melhor educar os filhos?
Um dos efeitos da “geração net” é não respeitar os espaços cujo silêncio é quase obrigatório. Além de não suportar o silêncio necessário para introspecção, a “geração net” não tem paciência de seguir o fio condutor de uma conversa. Quanto mais jovem, mais rapidamente passa de um tema para outro ou troca de interlocutor como quem aperta o botão do controle remoto da TV. Mais do que impaciência, tais atitudes podem também revelar intolerância e desrespeito para com o próximo e falta de sintonia com o ambiente.
Como imaginam que “mandam no pedaço”, crianças e adolescentes se acham no direito de interromper a conversa dos adultos por motivo fútil. Os adultos, por sua vez, fingem que aceitam a atitude grosseira, ou se acovardam, deixando de exercer a autoridade de educadores, cujo resultado previsível é a incivilidade. 
Muitas pessoas estão deixando de freqüentar os cinemas para evitar constrangimentos com platéias mal educadas, barulhentas, parecendo estar mais interessadas em comer pipoca e dar arrotos de refrigerantes do que assistir ao filme em silêncio. (Existe diferença entre a demonstração de incivilidade do MLST no Congresso Nacional, as depredações das escolas públicas, ou outras menos barulhentas promovidas pelas gangs no dia-a-dia urbano?). 
Mede-se o nível de ensino de uma universidade pelo grau de silêncio de sua biblioteca. Alunos de alguns cursos de nível superior são mais propensos ao zunzunzun da “conversa paralela” que, sem querer-querendo, termina atrapalhando o silêncio imprescindível para ouvir uma exposição oral. Se o assunto é complexo e/ou o professor tem o estilo monótono, aumenta a probabilidade de dispersão e cochichos inconvenientes. O historiador Peter Burke observa que essa inclinação para romper a romper com o silêncio necessário de uma aula, nos países latinos, talvez viria de costume cultural de “tentar ouvir muitas pessoas falando ao mesmo tempo”. Ao contrário do costume anglo-saxônico que exige total silêncio da audiência, o palestrante para público latino-americano deve estar preparado para discorrer seu assunto tendo como ruído de fundo o zumbido de vozes. Curiosamente, ele seria considerado mal educado ou impolido se pedir silêncio, deixando transparecer certa irritação para com os verdadeiros mal educados.
Convenção do silêncio
Burke observa que existe um “acordo público” que nos induz ficarmos em silêncio em certas ocasiões. Num velório, sonelidade, audiência pública, culto religioso, concerto musical, durante a execução do Hino Nacional, o silêncio é sinal de respeito e sintonia espiritual. Devemos evitar falar, ainda que baixinho, para não causar constrangimentos em ambientes sociais necessariamente silenciosos. O silêncio é natural porque faz parte da função biológica, quando estamos num banheiro, tentando dormir; ou psicológica, quando nos entregamos à introspecção; ou social, quando esperamos nossa vez, numa fila, cortejo fúnebre.
O “silêncio é um dos elementos essenciais em todas as religiões”, observa G. Mensching. Há variedades de silêncio sagrado: pessoal, comunal, o ‘silêncio eleito’ dos monges e freiras de clausura, a oração silenciosa ou ‘mental’. O silêncio religioso é um misto de respeito por uma divindade; uma técnica para abrir o ouvido interior; e um sentido de inadequação de palavras para descrever as realidades espirituais”, escreve P. Burke.
É preciso “saber ficar em silêncio”, sentenciava La Rochefoucault. Os mal educados ignoram o sentido ético, estético, cultural, moral, jurídico e psicológico do silêncio. Assim como o sábio e o monge escolhem ficar mais tempo em silêncio – meditando, orando – podemos inferir que os verdadeiramente civilizados e comprometidos com a sabedoria são propensos a conversas intercaladas com o silêncio da prudência ao dizer e esperar o outro revelar seu ponto de vista. O silêncio atua como parte fundamental de uma conversação, que deve obedecer às regras de diversas situações, revelando assim o grau de civilidade das pessoas que participam dos diferentes encontros sociais.
Existe o “silêncio localista” das igrejas, bibliotecas, museus e hospitais. Recebe um olhar de reprovação e um discreto psiu quem desrespeitar o silêncio necessário para rezar, estudar, apreciar, ouvir uma palestra, ou visitar um enfermo.
Portanto, precisa ser reeducado aquele que desrespeita os locais de silêncio. A pessoa que fala pelos cotovelos palavras vazias, que sofre de incontinência verbal monopolizando a palavra, poderia receber benefícios incalculáveis psicanálise. É preciso compreender que excesso de palavras cansa, irrita, chateia, e termina boicotando a harmonização do ambiente social e comprometendo a própria imagem do falante compulsivo.
Sabedoria e cálculo do silêncio
Vários ditados populares dão importância ao silêncio: “Deus nos deu uma boca e dois ouvidos para que possamos menos falar e mais ouvir”“Manter a boca fechada e os olhos bem abertos”,diz uma versão italiana; “Em boca fechada não entra mosca”, dizem os espanhóis e portugueses. Os comerciantes europeus inventaram a metáfora “o silêncio é de ouro e palavra é de prata”. O provérbio árabe “cada palavra que tu falas é uma espada que te ameaças” induz a prudência e o cálculo sobre o quecomo em que ocasião falar.
Existe uma relação íntima entre o silêncio e a prudência. O padre jesuíta Baltazar Gracian (séc.17) achava que “no silêncio cauteloso é que a prudência se refugia”. Ou seja, escolher ficar em silêncio não é valorizar a mudez, mas sim, saber calar de acordo com o lugar ou a ocasião: “Fale pouco, mas nunca pareça mudo e embaraçado...”, dizia uma antiga etiqueta social.  Até o filósofo da linguagem, Wittgenstein (séc. 20), alertava que “Aquilo que não se pode falar, deve-se calar”. Enfim, o silêncio pode ser reconhecido como uma virtude que evita polêmicas desnecessárias e brigas perigosas. “Diante de tanta ignorância respondo com meu silêncio”, encurtava Rui Barbosa.
Entretanto, diante da intolerância, do racismo e dos fundamentalismos, devemos ficar em silêncio? Nessas situações, o bom senso entende que “o dever do intelectual é romper o silêncio, ainda que sua voz seja abafada pelos poderosos e seus cúmplices de plantão[1]. “O grande cúmplice da tirania é o silêncio; não atacar o despotismo é a maneira mais covarde de servi-lo; não denunciá-lo é auxiliá-lo; estar próximo dele sem feri-lo é a maneira mais vil de protegê-lo; e proteger o crime é mil vezes pior que cometê-lo; eis aí a hora em que a palavra é um dever e o silêncio é um crime[2].
Nada justifica, portanto, que muitos intelectuais – principalmente aqueles que acreditam que a “esquerda deve ser, sempre, moral ou ética” fiquem calados diante do terrorismo (condenado, inclusive, por Che Guevara), do genocídio nos regimes totalitários autodenominados socialistas ou nacional-socialistas (nazi-fascistas), da corrupção, da delação em nome da “causa justa”. É triste reconhecer como o infantilismo ainda domina uma parte da esquerda que cultua personalidades e  faz “turismo revolucionário”[3], se alienando de ver o “todo”. Há que sustentar, sempre, uma atitude crítica das contradições dos regimes ou dos homens “demasiadamente humanos”. Tomás de Aquino dizia temer o homem que só conhece um livro [Timeo hominem unius libri]. Os homens sensatos deveriam desconfiar de todos os discursos, sobretudo os que produzem entorpecimento da razão crítica dos ouvintes condenados a somente ouvir em silêncio, repetindo o que o “grande mestre” diz.Os alunos deveriam questionar os professores que falam tanto como que obrigando os alunos a um silêncio de fé. Provavelmente, nesse caso, não temos ensino, mas sim, doutrinação.
Hoje, convivemos com uma civilização complexa, dominada pelo fetiche tecnológico sem um código moral de como usar tais bugigangas. O celular, por exemplo, é útil, mas também pode ser um instrumento de incivilidade quando toca fora de hora e no lugar inadequado. Pior é quando o dono se acha no direito de atender, ali mesmo, sem cerimônia e sem vergonha, falando alto para quem quiser ouvir. E o que dizer daqueles que falam com o famigerado aparelho dirigindo seu carro? E os que rompem o silêncio imposto por uma prisão que serviria para fazerem seu exame de consciência e se sentem autorizados a usarem o aparelhinho para desencadear violência numa cidade como São Paulo?

Extraído da Revista Espaço Acadêmico: http://www.espacoacademico.com.br/062/62lima.htm

_______________
[1] OZAI, Antonio. “Assim falou Vargas Vila”. Disponível em Revista Espaço Acadêmico, nº 61, junho de 2006.  Acesso em: jun. 2006.  Acesso em: jun. 2006.
[2] BAZZO, Ezio Flavio. Assim falou Vargas Vila. Brasília: Companhia das Tetas Publicadora, 2005. (XLVIII).
[3] O psicanalista Contardo Calligaris toma emprestado uma idéia de outro psicanalista, Fábio Hermann, que observou que o “turista é quem tira seu retrato colocando-se na frente do lugar visitado, mas olhando para a câmera: somos turistas quando viajamos de costas para o real [...]. Aos turistas revolucionários de Caracas, sugiro uma leitura. Rossana Rossanda acaba de publicar (na Itália) suas memórias, "La Ragazza del Secolo Scorso" (a moça do século passado; Einaudi)”.  (CALLIGARIS, C. Os revolucionários silenciosos. Folha de S. Paulo, Cad. Ilustrada, 22 de jun de 2006.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

SIGA FELIZ

de André Luiz

Viva em paz com a sua consciência.

Sempre que você se compare com alguém, evite orgulho e desprezo, reconhecendo que em todos os lugares existem criaturas, acima ou abaixo de sua posição.

Consagre-se ao trabalho que abraçou realizando com ele o melhor que você possa, no apoio ao bem comum.

Trate o seu corpo na condição de primoroso instrumento, ao qual se deve a maior atenção no desempenho da própria tarefa.

Ainda que se veja sob graves ofensas, não guarde ressentimento, observando que somos todos os espíritos em evolução na Terra, suscetíveis de errar.

Cultive sinceridade com bondade para que a franqueza agressiva não lhe estrague belos momentos no mundo.

Procure companhias que lhe possam doar melhoria de espírito e nobreza de sentimentos.
Converse humanizando ou elevando aquilo que se fala.

Não exija da vida aquilo que a vida ainda não lhe deu, mas siga em frente no esforço de merecer a realização dos seus ideais.

E, trabalhando e servindo sempre, você obterá prodígios no tempo, com a bênção de Deus.

Do livro "Momentos de Ouro", pelo Espírito André Luiz, Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ASSIM MESMO...

ASSIM MESMO...

Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.

Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil,, assim mesmo.

Se você tem paz, é feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz, assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final das contas, é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e as outras pessoas.
Madre Tereza de Calcutá

André Luiz: REGRAS DE FELICIDADE

ANDRÉ LUIZ

Lembre-se de que os outros são pessoas que você pode auxiliar, ainda hoje, e das quais talvez amanhã mesmo você precisará de auxílio.
Todo solo responde não somente conforme a plantação mas também segundo os cuidados que recebe.

Aqueles que renteiam conosco nas mesmas trilhas evolutivas assemelham-se a nós, carregando qualidades adquiridas e deficiências que estão buscando liquidar e esquecer.
Reflita nos arranhões mentais que você experimenta quando alguém se reporta irrefletidamente aos seus problemas e aprenda a respeitar os problemas alheios.

Pensemos no bem e falemos no bem, destacando o lado bom dos acontecimentos, pessoas e coisas.
Toda vez que agimos contra o bem, criamos oportunidades para a influência do mal.

Mostremos o melhor sorriso - o sorriso que nos nasça do coração - sempre que entrarmos em contato com os outros.
Ninguém estima transitar sobre tapetes de espinhos.

Evitemos discussões.
Diálogo, na essência, é intercâmbio.

Se você tem algo de bom a realizar, não se atrase nisso.
Hoje é o tempo de fazer o melhor.

Estime a tarefa dos outros, prestigiando-a com o seu entusiasmo e louvor na construção do bem.
Criar alegria e segurança nos outros é aumentar o nosso rendimento de paz e felicidade.

Não contrarie os pontos de vista dos seus interlocutores.
Podemos ter luz em casa sem apagar a lâmpada dos vizinhos.

Você é uma instituição com objetivos próprios dentro da Vida, a Grande Instituição de Deus.
Os amigos são seus clientes e se você procura ajudá-los, eles igualmente ajudarão você.

Se você sofreu derrotas e contratempos, apenas se deterá se quiser.
A Divina Providência jamais nos cerra as portas do trabalho e, se passamos ontem por fracassos e dificuldades em nossas realizações, o Sol a cada novo dia nos convida a recomeçar.

Do livro "Na era do Espírito", André Luiz (Espírito), Francisco Cândido Xavier (médium)

LIÇÕES DO SILÊNCIO

- Que você vai fazer em Uberaba, se o Chico está quase sem voz nestes dias, indagou-me um amigo

- Vou aprender alguma coisa com o silêncio dele. Não é só com palavras que o Chico nos ensina. Cada atitude dele também é um ensinamento.

(do livro Momentos com Chico Xavier, de Adelina da Silveira)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O QUE IMPORTA?

Não importa:
o   que a ventania da incompreensão nos zurza o caminho;
o   que a ignorância nos apedreje; que a injúria nos aponte ao descrédito;
o   que a maledicência nos receba a jorros de lama;
o   que a intriga nos envolva em sombra; que a perseguição nos golpeie;
o   que a crítica arme inquisições para condenar-nos;
o   que os obstáculos se multipliquem, complicando-nos a jornada;
o   que a mudança de outrem nos relegue ao abandono;
o   ou que as trevas conspirem incessantemente, no objetivo de perder-nos.

Importa:
o   nos agasalhemos na paciência;
o   que nos apliquemos à desculpa incondicional;
o   que nos resguardemos na humildade, observando que só temos e conseguimos aquilo que a Divina Providência nos empreste ou nos permita realizar;
o   que nos cabe responder ao mal com o bem, sejam como sejam as circunstâncias;
o   e que devemos aceitar a verdade de que cada coração permanece no lugar em que se coloca e que, por isso mesmo, devemos, acima de tudo, conservar a consciência tranquila, trabalhar sempre e abençoar a todos, procurando reconhecer que todos somos de Deus e todos estamos em Deus, cujas leis nos julgarão a todos, amanhã e sempre, segundo as nossas próprias obras.

Do Livro "Coragem", Psicografado por Chico Xavier

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

VENCENDO AS MÁS TENDÊNCIAS

O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços?

– Sim, e algumas vezes com pouco esforço; é a vontade que lhe falta. Como são poucos dentre vós os que se esforçam!

Questão 909 de O Livro dos Espíritos:

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

BÊNÇÃO

“Que você seja uma luz sempre acesa e conheça sua importância e sua tarefa. Você é a luz do mundo. O mundo será transformado através de sua transformação. Então, deixe que o passado seja passado e conheça seu próprio valor. Você pode promover a transformação do mundo através da autotransformação em um segundo. Simplesmente pratique estar na ação em um momento e recolher-se em quietude no momento seguinte. Da mesma forma que a tartaruga recolhe os órgãos em um segundo, use o poder de empacotar e recolha todos os inúmeros pensamentos que circulam na mente. Em um segundo, estabilize a mente em um só pensamento: eu sou a luz acesa do mundo.”

Brahma Kumaris